terça-feira, 19 de abril de 2011

lourenço ortigão:-)

“Acho que é importante para mim, para crescer enquanto actor, ter este novo nível de exigência”, afirma

 
 
 
Lourenço Ortigão entrou no mundo da representação por acaso e agora não se imagina a fazer outra coisa. Com 21 anos, é uma das promessas da TVI e não está interessado em desperdiçar a oportunidade. Apaixonado por Sara Matos, quer seguir o exemplo dos pais, casar e viver feliz para sempre.
- Como é que reagiu ao receber o convite para integrar o elenco da nova novela da TVI, ‘Eclipse'?
- Já estava à espera. Sabia que mais cedo ou mais tarde ia acontecer, porque tenho contrato com a Plural. Sei que vai ser um grande desafio e estou a preparar-me para isso. Foi bom. Estou ansioso.
- Já pode revelar alguma coisa sobre a personagem? Vai ser mais maduro do que nos ‘Morangos'?
- Posso revelar que vai ser uma personagem bastante diferente. Vai ser mais entusiasmante.
- Será vilão?
- O público vai identificar-se e ter algum carinho pela minha personagem, espero eu.
- Será a sua primeira novela em horário nobre. É uma responsabilidade acrescida...
- Há um grande número de pessoas que vêem os ‘Morangos com Açúcar' mas há algumas que admitem e outras não. Claro que agora há uma exigência maior. Acho que é importante para mim, para crescer enquanto actor, ter estes novos desafios e este novo nível de exigência. É isso que me vai dando motivação para querer estar sempre a melhorar e fazer a minha pesquisa de personagem.
- Sente que encontrou a sua vocação?
- Sim. Eu não estava à espera de fazer nada disto, por isso sinto que encontrei a minha grande paixão. Vocação não sei, só mais tarde é que posso dizer, porque estou muito no início. Não me posso esquecer de que não tenho formação, não sou um actor como é a Sara [Matos, a namorada], por exemplo. O que faço é com base no que sinto.
- Mas considera que a Sara está num patamar acima do seu?
- Como actriz, claro que sim. Mas sinto que encontrei a minha grande paixão. Se me deixarem optar, eu acho que vou seguir isto.
- Tudo começou com um casting...
- Foi o primeiro e único casting da minha vida. Foi um convite de um amigo meu, o Paulo Sousa e Costa. Tive de cantar, e achei que me tinha corrido pessimamente. Fui lá ‘numa de desportiva'. Nem sabia que me estavam a avaliar. Comecei a falar com algumas pessoas. Na altura, eles engraçaram comigo e acabei por ser escolhido. Nem sequer fiz o workshop e comecei a gravar logo na semana a seguir.
- Estava a estudar Gestão...
- Já estava a acabar o segundo ano e deixei umas cadeiras para trás nesse semestre. Durante os ‘Morangos' não consegui conciliar. Neste semestre, como não estive a trabalhar a tempo inteiro, consegui fazer cinco cadeiras, por isso adiantei mais uma parte do curso.
- Agora que já experimentou trabalhar como actor, imagina-se como gestor?
- Sim. Para mim também é importante este lado de gestor, empresário. Sei que mais tarde vou sentir necessidade de ter o meu próprio negócio e conciliar as duas coisas.
- Que negócio gostaria de abraçar?
- Gosto muito da área da restauração e imobiliária, mas esta última sei que vai ser difícil. Adoro tudo o que tenha a ver com cozinha. Faço o melhor ‘risoto' que há. Por isso, tenho sempre na cabeça que hei-de abrir um restaurante.
- Conheceu o mundo da fama através da cantora Mia Rose, com quem namorou. O que é que achava na altura?
- Conheci algumas pessoas deste mundo. Nem sequer tinha uma opinião muito formada porque não estava dentro como estou agora. Ia a alguns eventos com a Mia mas estive sempre à parte. Gostei de toda a gente que conheci.
- Ao tornar-se figura pública, perdeu privacidade. Esse lado assustou-o?
- Assustou-me mais na teoria do que na prática. As pessoas diziam-me que eu tinha de ter cuidado, mas eu não tenho muito a esconder. Sou o que sou, não há que se possa descobrir. Não acho que tenha um comportamento que não seja exemplar. É raro sair à noite, não bebo, não fumo, não trato mal as pessoas, gosto de ser simpático, sou assim naturalmente. Por isso, as pessoas não têm nada a apontar-me.
- O início do seu namoro com a Sara teve muita exposição mediática. Foi fácil lidar com isso?
- Não foi fácil, mas ao mesmo tempo estava tão compenetrado na novela e gravava tanto que não tinha tempo para pensar nisso. Não tive sequer de ser aconselhado. Tudo o que eu disse e fiz foi por mim. Se preferi não comentar foi para não criar especulações. Falei na altura certa. Éramos amigos, desde o princípio que nos dávamos bem. A Sara ajudou-me muito e as coisas acabaram por se desenvolver. Assumimos quando devíamos assumir, porque se fosse antes disso estávamos a dizer uma mentira.
- Toda essa situação foi posterior ao fim da sua relação com a Mia?
- A Mia não estava em Portugal, por isso não falámos com a Imprensa. As coisas foram-se arrastando e as pessoas só souberam naquele momento que eu estava com a Sara, mas obviamente que foi posterior à relação com a Mia.
- Mantêm uma relação de amizade?
- Sim, sim.
- Falam frequentemente?
- Não, falamos ocasionalmente.
- Quando é que descobriu que estava apaixonado pela Sara?
- As coisas foram-se desenvolvendo, como em qualquer relacionamento. Eu apreciava muito na Sara o facto de ela me ajudar, de ser uma grande colega. O mais importante é a amizade que mantemos. Ela nunca menosprezou o facto de eu estar a fazer um grande esforço e de não ter experiência.
- Como é que descreve a vossa relação?
- Acima de tudo, somos muito amigos. Estamos bem.
- Cada um vai ter o seu projecto. Vai ser difícil conciliarem o tempo para estarem juntos?
- Já estamos conformados com esta situação. Estamos muito felizes. Ainda bem que a Sara tem outro projecto, é óptimo para ela, e eu também tenho o meu. As coisas continuam, como duas pessoas adultas. Sabemos lidar com isto. Consigo arranjar tempo para a Sara, para os meus amigos e para a minha família.
- Disse numa entrevista que vocês são muito diferentes um do outro. Isso é bom?
- É preciso saber ser diferente. Isto é, podem ser pessoas diferentes, com personalidades muito fortes e cada uma puxa para o seu lado, ou então podem ser duas pessoas diferentes que cedem e tentam compreender-se. Este é o nosso caso. Somos muito diferentes mas queremos compreender o lado do outro em tudo. Por exemplo, eu sou muito calorento, a Sara é o oposto, então tentamos arranjar uma forma de ficar numa temperatura ambiente, e é isto em tudo. Por outro lado, até percebemos que temos gostos parecidos em coisas que não fazíamos ideia. Faz com que consigamos abrir as nossas mentes e horizontes e descubramos coisas novas. É isso que faz com que as coisas sejam tão entusiasmantes e tão boas. Segundo a minha visão, se forem duas pessoas muito parecidas pode ser bom, mas também se torna muito monótono.
- Era um bom aluno na infância?
- Razoável. Fui um excelente aluno até uma certa idade e depois tornei-me razoável, porque ao mesmo tempo jogava golfe e tinha outros interesses. Tive a possibilidade de ir jogar para fora mas não quis. Depois deixei o golfe e voltei a dedicar-me mais aos estudos. Estive ano e meio sem estudar e agora fiz cadeiras complicadas.
- E enquanto filho, foi rebelde?
- Fui o mais rebelde dos três irmãos. Sou mais respondão do que eles. Eles são muito certinhos. Sempre fui o miúdo mais novo que gosta de ter as suas ideias e que é todo revolucionário. Mas nunca menti aos meus pais nem fiquei de castigo. Fui mais trabalhoso.
- Por ser o mais novo, sentiu-se o mais protegido?
- Talvez, até certo ponto. Lembro-me de a minha mãe dizer que houve um ponto de viragem. Eu sou muito mais novo que os meus irmãos e quando ficávamos sozinhos eu batia neles. Até que um dia a minha mãe apanhou-me e deixei de ser o protegido. Mas nunca fui mimado.
- Tem uma relação próxima com os seus pais?
- Tenho, sim, e com os meus irmãos também.
- Aos 20 anos, começou a trabalhar e a ter de gerir o seu dinheiro. Eles ajudaram-no nessa tarefa?
- Os meus pais deram-me bases para eu conseguir chegar a esta fase e gerir o meu dinheiro. Obviamente que foi um bocadinho mais cedo do que aquilo que estavam à espera. Desde os dez anos que os meus pais decidiram dar-me uma mesada no princípio do mês e eu tinha de a gerir. Nunca tivemos dificuldades, temos uma boa vida, mas os meus pais souberam ajudar-nos a dar a importância devida ao dinheiro e a saber geri-lo. Não sou muito esbanjador. Daí que quando cheguei a esta fase eu próprio já sabia o que havia de fazer.
- Comprou alguma coisa especial com o dinheiro do primeiro ordenado?
- Comprei uma aparelhagem, não sei porquê ainda tem o plástico. Queria marcar aquela data. Lembro-me de que fui buscar uma amiga e pedi-lhe que fosse comigo ao shopping. Disse-lhe que tinha de gastar dinheiro mas não sabia em quê. Vi uma aparelhagem e comprei-a. Não me arrependo, apesar de não a ter usado.
- Quais são os seus maiores sonhos?
- Em termos pessoais, o que me aflige é ver como as pessoas deixam de dar importância a tudo o que seja casamentos, relações de amizade e de amor. Aflige-me que as pessoas que me rodeiam criem essa instabilidade. Ter um núcleo de amigos com uma instabilidade a nível pessoal também é mau. Vejo os meus amigos mais velhos e poucos são os que se casam cedo e constituem família, menos são aqueles que mantêm isso até ao fim. Vejo os meus pais, que são casados há 27 anos e são felicíssimos, e gostava que isso fosse um exemplo para mim. Não me preocupo comigo mas sim com as pessoas que estão à minha volta, porque não consigo influenciar todos os meus amigos. Tenho medo que daqui a 20 anos seja a única pessoa que tem família e que está feliz.
- Para si é muito importante constituir família?
- É mesmo muito importante.
- Em termos profissionais, o que é que ambiciona?
- Num futuro próximo, gostava de poder vir a ser um bom actor e que as pessoas não me considerassem só um menino bonito. Sei que me vão considerar esforçado e profissional, porque sei que sou, e sei que só depende de mim ser mais do que isso. Ao mesmo tempo, espero ter sucesso no outro lado, na gestão, mas isso não é o meu maior sonho.

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